Olá pessoal, bem vindos ao meu blog e este é o primeiro de muitos posts que estarei compartilhando com vocês aqui, para este primeiro tema pensei em falar um pouco sobre um dos principais pontos sobre o design, a tão famosa Gestalt
Quem nunca viu uma daquelas imagens 2 em 1? Onde a forma mostra uma imagem e a contra forma mostra outra imagem, ou os clássicos, “quantas pernas tem o elefante?!” ou “quantos pés tem essa cadeira?!”.
E você? Consegue ver as imagens que estão na forma e na contra forma dessas imagens?
Bem, esses são exemplos clássicos onde a aplicação da Gestalt é trabalhada de modo mais, digamos, escrachado, mas isso não significa que é apenas nesses casos que a técnica está sendo empregada, praticamente tudo que é visual pode ser explicado pela Gestalt.
A Gestalt é responsável por nos ajudar a entender conceitos básicos sobre estruturação e representação daquilo que construímos. Ela é na verdade um dos princípios da teoria geral das artes.
Um dos pontos que quero destacar aqui neste post é o uso da Gestalt na construção de Marcas. Projetos que utilizam bem a Gestalt em sua composição criam “brincadeiras” com as formas que tornam simples marcas em marcas geniais.
Os principais pontos da Gestalt
Neste post vamos ver o primeiro fator que implica na percepção humana com tudo que é visual, e inclusive é considerado um dos trabalhos mais significativos nesse campo; a fundamentação teórica da gestalt, que tem como principal interesse, explicar a organização perceptiva, em um processo de configuração do todo a partir das partes.
Como Funciona...
A teoria da Gestalt diz que o que acontece no cérebro quando vemos algo, não é o mesmo que acontece na nossa retina, muitas das vezes podemos escolher o que queremos ver, mas o que percebemos vai além do campo da retina. Por exemplo, quando vemos uma construção (de arte, de concreto, etc), não vemos as suas partes de maneira isolada, mas sim relações entre as partes. Estas organizações que tem origem no nosso cérebro são espontâneas e não dependem da vontade pessoal ou de qualquer aprendizado, sendo assim não importa o que você quer ver, importa o que está sendo transmitido.
Um conceito que complementa muito nosso entendimento da Gestalt é a Semiótica, a Semiótica nos ajuda a entender melhor o que é a Gestalt (leia mais sobre semiótica AQUI) Enquanto a semiótica explica as partes, a Gestalt nos explica o todo, quando uma criança faz o desenho de uma casa, ela desenha, as partes... paredes, o telhado, porta e janelas, dependendo do nível de detalhe ela faz uma árvore do lado e um pequeno trilho que leva até a porta da casa. A casa é a junção do todo, neste caso a criança desenhou as partes (parede, porta, janela, etc) mas o que realmente importa é a casa em si e não as suas partes, sendo assim, o todo se torna maior do que as partes.
O livro “Gestalt do objeto” define as relações psicofisiológicas (estudo das relações entre fenômenos mentais e funcionais) como “todo o processo consciente, toda forma psicologicamente percebida está estreitamente relacionada com as forças integradoras do processo fisiológico cerebral.” Esta hipótese é explicada por uma espécie de mecanismo no nosso cérebro que regula e organiza as formas em um todo unificado. Essas forças de organização agem espontaneamente e ainda existe a tendência de unir psicologicamente intervalos e estabelecer ligações.
Forças da Gestalt
Este processo de ver e perceber pode ser dividido entre duas forças que são:
*Forças externas que são causadas pela retina devido a variação tonal emitida pela luz. *Forças internas que são causadas pelo mecanismo cerebral que organiza as formas em um todo a partir das condições externas.
Podemos resumir nosso raciocínio até aqui com um trecho de “João Gomes Filho” que diz o seguinte;
“Com este experimento, salienta-se mais uma vez a importância da noção de unidade, de gestalt, na psicologia da percepção. Salienta-se também a relação sujeito-objeto, tal como é encarada pela escola, ou seja: “vemos as coisas como as vemos por causa da organização (forças internas) que se desenvolve a partir do estimulo próximo (forças externas)”. Dito ainda de outra maneira: cada imagem percebida é o resultado da interação dessas duas forças. As forças externas sendo os agentes luminosos bombardeando a retina, e as forças internas constituindo a tendência de organizar, de estruturar, da melhor maneira possível, esses estímulos exteriores.”
Os quatro fundamentos teóricos da Gestalt.
Tendência à estruturação: É natural do ser humano organizar ou estruturar os diferentes elementos que é posto em seu campo de visão. O cérebro humano tende a unir elementos que se encontram próximos uns dos outros ou que são semelhantes formando uma única imagem.
Segregação Figura Fundo: A segregação explica que não se podem ver objetos sem separá-los do seu fundo.
Boa Forma: Explica que percebemos com mais facilidade as formas mais simples e representativas que sejam bem desenhadas e equilibradas.
Constância Perceptiva:É a habilidade de reconhecer que as formas dos objetos são as mesmas, mesmo sendo vistas de diferentes ângulos, denominada constância da forma e a habilidade de reconhecer que as cores são constantes, ainda que haja luz ou sombra sobre elas.
Podemos citar ainda, além desses a chamada “supersoma” que diz que o todo não pode ser descrito por suas partes, pois o todo é maior que a soma de suas partes, por exemplo 1 + 2 não é apenas (1 + 2) " e sim “3” que é um elemento com características próprias.
Existe ainda o conceito da transponibilidade que diz que a forma sempre se sobressai independente de seus elementos.
Leis da Gestalt
1° Unidades
Que pode ser vista como “unidade” (algo simplório que não possua nenhum outro elemento e somente ele se caracteriza o todo), e “unidades” que são itens que Formam itens que podem formar um todo, ou seja as partes do todo são de maneira individual um todo formado por outros elementos como, linha, ponto, cor, etc.
2°Segregação
Como a própria palavra já diz, é a capacidade de separar itens de um todo e identificá-los separadamente, podendo separar um ou mais elementos do todo compositivo. Esta segregação pode ser feita pelos pontos, linhas cores, texturas, etc.
3°Unificação
A unificação é produzida por diversos fatores entre os elementos, como, proximidade, harmonia, equilíbrio e claro a coerência entre os elementos.
4°Fechamento
Podemos dizer que o fechamento é formado por dois ou mais elementos que se “fundem” formando um único elemento em uma ordem espacial lógica. Sendo então um grupo de elementos que se unem para construir uma figura mais completa.
5°Continuidade
É a relação entre diversos elementos que são colocados de modo sequencial e coerente em sua organização são classificados também pela tendência dos elementos se acompanharem por pontos, linhas, degrades, etc.
6°Proximidade
A proximidade se assemelha bastante com a lei da unificação, pelo fato de ser representada quando os elementos estão muito próximos o que facilita no agrupamento dessas partes em um todo.
7°Semelhança
Refere-se aos elementos que se parecem uns com os outros, em aspectos de cor, forma, textura, etc. Esta semelhança ajuda na percepção de agrupar os elementos no todo.